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segunda-feira, 28 de abril de 2014

Ceará vai produzir gás a partir de lixo coletado em aterros sanitários


O Conselho de Políticas e Gestão do Meio Ambiente (Conpam) aprovou, no dia 10 de abril, o projeto que estimula a produção de biogás gerado dentro dos aterros sanitários e usinas de tratamento. O Gás Natural Renovável (GNR), também pode ser chamado de biometano, é produzido em estações de tratamento e aterros sanitários.

O processo acontece da seguinte forma: o lixo orgânico depositado nos aterros sanitários, quando em decomposição, libera gás na atmosfera. Esse gás vai ser capturado pelas empresas de tratamento que vão ser montadas dentro dos aterros. A partir disso esse gás passa a ser desintoxicado, gerando o gás natural renovável.

O Ceará é o primeiro estado do Nordeste a produzir o gás natural e o projeto pretende incentivar a utilização de fontes alternativas de energia. Segundo a assessoria de comunicação do Conpam, já existe um estudo que garante a viabilidade de captura do gás metano existente nos aterros de Caucaia, Maracanaú e Eusébio.

Segundo a assessoria do Conpam, algumas empresas já pretendem vir ao Ceará para ver a viabilidade de montagem nos aterros e a expectativa é que o gás comece a ser produzido ainda esse ano. Os benefícios do novo gás são que, além de ser totalmente limpo, ele é reutilizado, diminuindo os níveis gasosos na atmosfera. O valor ainda não foi estipulado.

A assessoria também revelou que o órgão vai incentivar empresas a usar esse gás renovável. “Vamos criar a certificação Produção Limpa que será concedida às empresas que fizeram uso do GNR produzido no Ceará a partir do Biogás.”


28 de Abril é Dia da Caatinga!

          A caatinga ocupa uma área de cerca de 844.453 quilômetros quadrados, o equivalente a 11% do território nacional. Engloba os estados Alagoas, Bahia, Ceará, Maranhão, Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte, Piauí, Sergipe e o norte de Minas Gerais. Rico em biodiversidade, o bioma abriga 178 espécies de mamíferos, 591 de aves, 177 de répteis, 79 espécies de anfíbios, 241 de peixes e 221 abelhas. Cerca de 27 milhões de pessoas vivem na região, a maioria carente e dependente dos recursos do bioma para sobreviver. A caatinga tem um imenso potencial para a conservação de serviços ambientais, uso sustentável e bioprospecção que, se bem explorado, será decisivo para o desenvolvimento da região e do país. A biodiversidade da caatinga ampara diversas atividades econômicas voltadas para fins agrosilvopastoris e industriais, especialmente nos ramos farmacêutico, de cosméticos, químico e de alimentos. 

Apesar da sua importância, o bioma tem sido desmatado de forma acelerada, principalmente nos últimos anos, devido principalmente ao consumo de lenha nativa, explorada de forma ilegal e insustentável, para fins domésticos e indústrias, ao sobrepastoreio e a conversão para pastagens e agricultura. Frente ao avançado desmatamento que chega a 46% da área do bioma, segundo dados do Ministério do Meio Ambiente (MMA), o governo busca concretizar uma agenda de criação de mais unidades de conservação federais e estaduais no bioma, além de promover alternativas para o uso sustentável da sua biodiversidade.

E aqui 10 imagens dessa vegetação maravilhosa. Preserve a Caatinga!


sexta-feira, 11 de abril de 2014

Documentário do Discovery Channel sobre o Dragão de Komodo



Um pouco sobre fungos

(fonte: tumblr.com)

O reino Fungi possui uma vasta classificação de organismos denominados fungos, este reino com o passar do tempo veio sofrendo várias modificações, especialmente na forma de comparar cada característica bioquímica através de seus ribossomos e DNA.

Os fungos podem nascer em qualquer ambiente do planeta e se incluem na classe dos decompositores e parasitas, além daqueles que servem como alimento:


Fungos Parasitas: Essa classe de fungos podem contaminar os humanos, animais, e plantas, alguns desses parasitas podem levar a óbito se não for tratado com o medicamento correto.

Fungos decompositores: Os fungos são os principais decompositores da natureza, eles conseguem quebrar qualquer produto orgânico transformando em carbono nitrogênio e outros elementos para a composição do solo e do ar.
Fungos Comestíveis: Os principais fungos comestíveis são o Shiitake, Porto Bello, Champignon, todos em forma de cogumelo.

A estrutura dos fungos é representada por um corpo vegetativo chamado de talo com filamentos unicelulares que são chamados de hifas, as hifas formas as redes microscopias que se juntam com os substratos chamados de micélio que seria por onde esses fungos se alimenta.

A reprodução dos fungos é sexuada os fungos aquáticos fazem a produção de gametas flagelados que se fundem gerando os zigotos produzindo novos fungos, já os fungos terrestres utilizam a produção de esporos por meiose, gerando as hifas haploides se difundindo em hifas diploides onde o ciclo volta para produção de novas meioses.

Fonte: Portal Educação

quinta-feira, 10 de abril de 2014


Mudanças climáticas devem reduzir espécies de anfíbios da Mata Atlântica










Por Elton Alisson



O número de espécies e o tamanho das populações de anfíbios existentes da Mata Atlântica devem diminuir sensivelmente em razão das mudanças climáticas previstas para ocorrer no bioma nas próximas décadas.

As estimativas são de um estudo realizado por pesquisadores do Laboratório de Biogeografia da Conservação da Universidade Federal de Goiás (UFG), publicado na edição de fevereiro da revista Biodiversity and Conservation.

Alguns dos resultados da pesquisa foram apresentados durante o “Workshop Dimensions US-BIOTA São Paulo – A multidisciplinary framework for biodiversity prediction in the Brazilian Atlantic forest hotspot”, realizado na segunda-feira (10/02), na FAPESP, no âmbito do projeto de pesquisa “Dimensions US-BIOTA São Paulo: integrando disciplinas para a predição da biodiversidade da Floresta Atlântica no Brasil".

O projeto reúne cientistas do Brasil, dos Estados Unidos e da Austrália e é realizado no âmbito de um acordo de cooperação científica entre o Programa de Pesquisas em Caracterização, Conservação, Recuperação e Uso Sustentável da Biodiversidade do Estado de São Paulo (BIOTA-FAPESP) e o programa Dimensions of Biodiversity, da agência federal norte-americana de fomento à pesquisa National Science Foundation (NSF).

“As projeções que realizamos indicam que, em razão das mudanças nas condições climáticas que devem ocorrer na Mata Atlântica nas próximas décadas, a maioria das unidades de conservação do bioma perderá e poucas ganharão espécies de anfíbios”, disse Rafael Loyola, coordenador do Laboratório de Biogeografia da Conservação da UFG e um dos autores do estudo.

“Aparentemente, esse padrão também deverá prevalecer para outros organismos, como mamíferos, aves, mariposas e plantas”, apontou o pesquisador durante a palestra proferida no evento.

De acordo com Loyola, há 431 espécies de anfíbios na Mata Atlântica – bioma que detém 18% de todas as espécies desses animais na América do Sul. Por meio de seis diferentes modelos de distribuição, pelos quais se associa a presença de uma determinada espécie a um conjunto de variáveis ambientais, tais como a média anual de temperatura e de precipitação, os pesquisadores estimaram como essas 431 espécies de anfíbios estão distribuídas hoje pelas unidades de conservação na Mata Atlântica.

Com base em quatro simulações climáticas distintas para a América do Sul até 2050, utilizadas no 4º Relatório de Avaliação (AR4) do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), os pesquisadores estimaram em quais áreas de proteção da Mata Atlântica essas espécies de anfíbios estarão localizadas, levando em conta o tamanho, a forma e a posição geográfica das reservas florestais e as habilidades de dispersão dos animais em raios de 50, 100 e 200 quilômetros ao longo de 30 anos.

As projeções indicaram que os locais climaticamente adequados para a sobrevivência de anfíbios na Mata Atlântica deverão diminuir até 2050. Por essa razão, até 12% das espécies de anfíbios, localizados principalmente nas porções norte e sudoeste do bioma, deverão entrar em extinção e 88% terão retração da população.

“Isso quer dizer que esses 12% de espécies de anfíbios sofrerão uma contração na população de tal ordem que desaparecerão do bioma”, disse Loyola. “Não são espécies que sairão da Mata Atlântica em direção ao Cerrado ou à Caatinga. Elas realmente podem desaparecer”, ressaltou.


Mudanças na estrutura filogenética

Em um outro estudo, publicado na edição de janeiro da revista Ecography, os pesquisadores avaliaram se as mudanças climáticas também podem alterar a relação evolutiva entre espécies de anfíbios que ocorrem em unidades de conservação da Mata Atlântica, a fim de verificar se esses animais responderiam a essas alterações como clados (grupos que partilham um ancestral comum exclusivo) ou como espécies isoladas.

Os resultados dos modelos indicaram que grupos mais antigos (basais) de espécies de anfíbios, como as cecílias ou cobras-cegas, do grupo Gymnophiona, e o sapo-aru, da família Pipidae, poderão ser afetados positivamente pelas mudanças climáticas e deverão ampliar suas distribuições geográficas pela Mata Atlântica.

Por outro lado, grupos mais recentes (derivados) de anfíbios, como as pererecas de vidro, da família Centrolenidae, e outras espécies de pererecas, deverão ser severamente impactados e sua distribuição geográfica pelo bioma poderá ser reduzida em até 90%.

“Em algumas áreas de proteção da Mata Atlântica a diversidade filogenética dos anfíbios poderá aumentar em razão da extinção de espécies muito recentes, o que fará com que espécies basais aumentem sua distribuição pelo bioma”, detalhou Loyola.

“Nesse caso, a diversidade filogenética aumentará por uma razão errada: a perda de espécies muito recentes”, apontou. Uma das espécies de anfíbio que deverá beneficiar-se das mudanças climáticas, de acordo com Loyola, é a rã-touro americana (Lithobates catesbeianus). Introduzida na América do Sul desde 1930, a espécie é considerada invasora no Brasil.

“Boa parte das unidades de conservação da Mata Atlântica vai tornar-se climaticamente mais adequada para essa espécie de anfíbio”, disse Loyola. “Precisamos estudar como será possível evitar ou controlar a invasão dessa espécie, para evitar desequilíbrios ecológicos no bioma”, avaliou.


Contribuição das projeções

Segundo Loyola, as projeções de mudanças na distribuição geográfica de espécies animais podem auxiliar no planejamento e na implementação de medidas de conservação do bioma.

Ao estimar para onde determinadas espécies de animais devem migrar por causa das mudanças climáticas, é possível traçar corredores de dispersão, compostos por áreas conectadas capazes de servir de refúgio para esses animais, exemplificou.

Além disso, as projeções também auxiliam na identificação de áreas no bioma onde podem ser estabelecidas novas unidades de conservação, de modo a diminuir os efeitos das mudanças climáticas sobre o número e a composição das espécies.

“Os modelos permitem gerar soluções de conservação que consideram quais são os locais mais adequados para serem protegidos na Mata Atlântica levando em conta que o clima vai mudar e que as espécies respondem de uma maneira previsível a essas mudanças climáticas”, afirmou.

No estudo publicado na Biodiversity and Conservation os pesquisadores identificaram que as poucas reservas da Mata Atlântica que ganharão espécies nas próximas décadas estão situadas em montanhas, com capacidade de manter um clima adequado para os anfíbios.

Com base nessa constatação, eles sugerem que as novas unidades de conservação sejam estabelecidas em regiões de grande altitude do bioma e sejam criados corredores de dispersão para esses locais. Com isso, esperam atenuar os efeitos das mudanças climáticas sobre os anfíbios, mais suscetíveis às alterações no clima por sua dependência de microambientes, regimes hidrológicos e capacidade limitada de dispersão.

“É possível contornar perfeitamente esse quadro alarmante, caso as soluções que os cientistas vêm oferecendo sejam discutidas e implementadas por tomadores de decisão e legisladores; isso é uma ótima notícia para a comunidade em geral”, afirmou Loyola.



Fonte: Agência FAPESP